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Tosse crônica: quando devo me preocupar?

Clínica CDRA • set. 22, 2021

A tosse crônica é um dos sintomas mais comuns dentre as doenças pulmonares, muitas vezes sendo um desafio diagnóstico. 


Além de ter um impacto extremamente negativo na qualidade de vida dos pacientes, também pode ser um alerta para doenças graves com necessidade de pronta avaliação diagnóstica e terapêutica.


Quais são as principais causas da tosse? 


São inúmeras as causas de tosse, inclusive, grande parte das
doenças respiratórias apresentam sintomas de tosse, no entanto, é importante lembrar que, doenças como cardíaca ou das vias aéreas superiores e neurológicas, também podem apresentar esse sintoma. 


Antes de tudo, é importante
classificar a tosse de acordo com a sua duração. Quadros agudos tendem a durar no máximo em torno de 4 a 6 semanas, podendo se resolver antes disso. Neste cenário, os principais responsáveis são os quadros infecciosos, sejam eles virais ou bacterianos.


Além disso, a inalação
de produtos irritantes (por exemplo agentes químicos) ou exposição a agentes alergênicos em pacientes sensibilizados também podem causar tosse aguda. 


Após
6 a 8 semanas de duração, consideramos a tosse como crônica. Sendo essas as causas mais frequentes:


  • Rinossinusite crônica;
  • Asma; 
  • Doença do refluxo gastroesofágico. 


Além disso, o médico pneumologista também irá avaliar outras causas mais raras para tosse crônica, como a
tosse induzida por medicamentos e outras doenças pulmonares


Entretanto, é importante lembrar que a tosse
crônica também pode ser uma causa de tuberculose, uma vez que ainda temos muitos casos dessa doença no Brasil. 


Por isso, toda tosse crônica deve ser investigada.


Em quais situações a tosse pode ser um sinal de problema de saúde mais grave?


Como dito anteriormente,
toda tosse crônica deve ser investigada.


Entretanto, o paciente com tosse também deve estar atento a alguns outros sinais que, quando juntos, podem indicar um quadro clínico mais grave, como:



  • Pacientes que apresentem sangue na tosse (termo técnico: hemoptise), 
  • Perda de peso associado ao quadro de tosse;
  • Febre persistente por mais de 72 horas.


Em alguns casos,
mais comumente nos asmáticos, a tosse pode vir acompanhada de um som característico na respiração que chamamos de sibilo ou chiado.


Em caso de tosse, qual é o momento de procurar ajuda médica?


Todo paciente com tosse crônica (com mais de 8 semanas) deve procurar assistência médica para investigação da causa da tosse. 


Nos casos de
tosse aguda, é importante ficar atento aos sinais de alerta descritos na questão anterior. 


Uma queixa recorrente no consultório do pneumologista, são os casos de pacientes que, mesmo após um resfriado ou gripe, continuam tossindo por
3 a 4 semanas


É importante ressaltar que após um quadro viral, como resfriado ou tosse, um paciente pode permanecer tossindo por
4 a 6 semanas sem que isso seja considerado grave e que mereça atenção especial. Porém, ao longo do acompanhamento, a tosse deve diminuir até que o paciente não apresente mais este sintoma. 


Se, por exemplo, após
4 semanas de um resfriado a tosse piorar ou outros sintomas de alarme surgirem, então o paciente deve procurar assistência médica.


É verdade que o tratamento é direcionado para a causa da tosse, e não para a tosse em si? Como isso acontece?


Como dito anteriormente, existem várias causas para tosse e obviamente não existe um medicamento que trate tudo ao mesmo tempo. 


Além disso, é muito importante lembrar que a tosse é um
mecanismo fisiológico de proteção do pulmão. A tosse permite que eliminemos secreções acumuladas no pulmão e aspiração de corpos estranhos


Por isso, não devemos suprimir completamente a tosse de um paciente sob risco de aumentar a ocorrência de complicações como infecções respiratórias. Entretanto, em situações de doença
podemos e devemos tratar a tosse. 


Nos quadros agudos, sobretudo nas
pneumonias e traqueobronquites bacterianas, o tratamento é direcionado para a bactéria causadora da infecção com antibióticos. 


Na maioria dos
quadros virais, o tratamento de suporte e se os sintomas de tosse forem muito intensos podemos usar alguns medicamentos para amenizar a intensidade e frequência da tosse


Nas
crises alérgicas, os antialérgicos estão bem indicados. Diante disso, é importante entender o motivo da tosse para indicar o tratamento adequado. 


O uso de um
xarope antialérgico para um paciente com pneumonia bacteriana obviamente não melhorará em nada seu quadro e poderá inclusive retardar um tratamento adequado


O mesmo conceito serve para os quadros de
tosse crônica. Usar antiácido para um paciente com rinossinusite crônica não melhorará sua tosse, enquanto esses medicamentos são a base para o manejo de indivíduos com doença do refluxo. 


Contudo, alguns pacientes com
tosse crônica por algumas causas pulmonares como a fibrose pulmonar, ou que não conseguiram fechar o diagnóstico após investigação, podem precisar de remédios para aliviar a intensidade da tosse


Nesses casos, medicamentos que
reduzam a frequência e intensidade da tosse podem ser usados. Mas, essa indicação deve ser feita adequadamente por um médico, lembrando que a inibição da tosse em situações erradas podem trazer mais problemas para o paciente.


Como distinguir a tosse seca da tosse produtiva?


A tosse produtiva é quando o paciente apresenta expectoração (secreção) associada. Todos nós produzimos muco, normalmente para proteção das nossas vias aéreas. O muco serve como um mecanismo de defesa para não deixar que impurezas que inalamos penetrem em nossos pulmões.  Em condições normais, essa quantidade de muco é pequena e nem sequer percebemos sua existência. 


Entretanto, em alguns
quadros de irritação como as infecções virais (resfriados/gripe), pneumonias, crise de asma ou outras doenças pulmonares a produção de muco pelas vias aéreas pode sofrer um aumento significativo. Nessa situação o paciente passa a tossir como forma de melhorar a eliminação dessa secreção produzida em excesso


Em alguns casos, inclusive é possível ouvir um ronco no pulmão decorrente da passagem do ar pelas vias respiratórias obstruídas parcialmente pelo excesso de secreção.


Como o aspecto da secreção pode ajudar a definir a causa da tosse?


Na tosse produtiva, o paciente geralmente consegue expelir catarro junto com a tosse. Essa secreção pode ser desde transparente/branca (mais comum nos quadros inflamatórios) ou amarelo/esverdeada (mais comumente relacionada a quadros infecciosos). Esse aspecto purulento (amarelo/esverdeado) é considerado um sinal de alarme e deve orientar o paciente a procurar assistência médica.


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