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Síndrome pós COVID-19 ou COVID-19 longa: o que aprendemos até o momento?

Clínica CDRA • dez. 01, 2021

Embora os sintomas do coronavírus possam passar rapidamente, algumas pessoas persistem sofrendo alguns efeitos de longo prazo. Neste texto, apresentamos os sintomas relacionados à síndrome pós-COVID-19, atualmente mais denominada como Covid Longa


Afinal, o que é a Covid Longa?

Covid Longa foi um termo criado para descrever os efeitos da Covid-19 que continuam por semanas, ou até mesmo meses, após a doença inicial. 

Atualmente, a definição mais utilizada determina que Covid longa deva ser considerada quando os sintomas pós Covid-19 persistam por mais de 12 semanas


A Organização Mundial da Saúde (OMS) define o termo da seguinte maneira: “A condição pós Covid-19 ocorre em indivíduos com história de infecção por SARS CoV-2 provável ou confirmada, geralmente 3 meses a partir do início de Covid-19 com sintomas e que duram pelo menos 2 meses e não podem ser explicados por um diagnóstico alternativo”.


Os sintomas persistentes podem ser muito variáveis e diversos estudos vem distinguindo dois grupos principais de pacientes. Inicialmente um grupo menor de pessoas com sintomas respiratórios, como tosse ou falta de ar, esses eram mais propensos a ter doença grave de Covid-19. Outro grupo mais suscetível, são os que apresentam um conjunto de sintomas gerais, como cansaço e fadiga.


Qual proporção de pacientes infectados podem desenvolver a  Covid longa?

Alguns estudos apontam que até 4 em cada 10 pessoas, que foram infectadas, apresentarão sintomas prolongados mais de um ano após a primeira suspeita de infecção. Além disso, dois terços desses pacientes disseram que seus sintomas limitavam suas atividades diárias.


Quais são os sintomas da covid longa?

A maior parte dos pacientes devem apresentar melhora dos sintomas relacionados à infecção pelo novo coronavírus nas primeiras semanas do início dos sintomas. 


Porém, uma proporção significativa de pacientes pode persistir com sintomas duradouros. Para alguns, pode parecer um ciclo de melhora por um tempo e depois piora novamente. Esses efeitos de longo prazo não estão apenas entre aqueles que precisaram ir ao hospital, ou mesmo que se sentiram gravemente indispostos quando pegaram o vírus pela primeira vez.


Os sintomas duradouros do coronavírus podem incluir:


  • Fadiga;
  • Falta de ar; 
  • Dificuldades para dormir;
  • Ansiedade e depressão;
  • Palpitações cardíacas;
  • Aperto no peito ou dor;
  • Dores nas articulações ou músculos;
  • Não ser capaz de pensar direito ou focar; 
  • Mudança no olfato ou paladar;
  • Tosse persistente.


Quanto tempo leva para se recuperar da Covid longa?

Por ser uma doença nova, ainda estamos aprendendo sobre o comportamento desta complicação. Mas já se sabe que a duração desta complicação pode variar entre diferentes indivíduos. 


Entretanto, estudos recentes apontam que entre aqueles que precisaram de tratamento hospitalar para a doença inicial, é comum que dure cinco meses ou mais


Além disso, há alguns relatos de pacientes com sintomas persistindo por mais de 12 meses (incluindo tanto indivíduos que não precisaram de tratamento hospitalar inicialmente e aqueles que precisaram).


Quem corre maior risco de desenvolver Covid longa?

Pessoas mais velhas, mulheres e aqueles que tiveram cinco ou mais sintomas na primeira semana de adoecimento com a Covid-19, estão mais propensas a desenvolver Covid longa. 


Um estudo realizado no Reino Unido identificou que Covid longa afeta cerca de 10% dos jovens de 18 a 49 anos, aumentando para 22% das pessoas com mais de 70 anos. Os pesquisadores também descobriram que pessoas com asma também tinham maior probabilidade de desenvolver Covid longa.

 

Esta foi a única ligação clara encontrada com as condições de saúde existentes em pessoas que desenvolveram Covid há muito tempo. 


Outro estudo observou que os riscos de apresentar a Covid longa também aumentavam com a idade (um aumento de 3,5% nos sintomas persistentes a cada década de vida) e tinha maior probabilidade de afetar as mulheres. 


Ele descobriu que a Covid longa era mais recorrente  entre pessoas com sobrepeso ou obesas, que fumavam, viviam em áreas carentes ou tiveram casos graves de COVID onde a hospitalização se fez necessária


Ser vacinado reduz o risco de Covid longa?

Sim! De acordo com a pesquisa realizada pelo King’s College London, tomar duas doses da vacina reduz pela metade o risco de desenvolver covid prolongada em adultos infectados.


Covid longa é contagiosa?

Covid longa não é contagiosa. Os sintomas são causados pela resposta inflamatória do corpo ao vírus, continuando além da doença inicial.


Algumas dicas para gerenciar seus sintomas:


Controle da fadiga e da falta de ar:

  • Planeje o que você fará no cotidiano e não se esforce demais;
  • Tente dividir as tarefas que parecem difíceis em pedaços menores e as alterne entre as atividades mais fáceis;
  • Considere o melhor horário do dia para realizar certas atividades com base em seus níveis de energia;
  • Descansos curtos frequentes são melhores que alguns mais longos, então descanse antes de ficar exausto;
  • Não pare de fazer coisas que te deixam sem fôlego. Se você parar de usar seus músculos, eles ficarão mais fracos, o que pode deixar você mais sem fôlego ao tentar usá-los;
  • Tente aumentar gradualmente a quantidade de exercício que você faz. 


Melhore o seu humor e mantenha-se em dia com a sua saúde mental

  • Seja gentil consigo mesmo durante a sua recuperação, esteja preparado para que alguns dias sejam piores do que outros;
  • Conectar-se com outras pessoas pode ajudá-lo a se sentir mais feliz, dessa forma, mantenha o contato com a família e amigos;
  • Ter uma rotina diária pode ser bom para o seu humor e sensação de estabilidade;
  • Mantenha-se ativo, continuar a se mover ajudará a liberar endorfinas e melhorar seu humor.


Dicas para problemas de memória ou concentração

  • Faça anotações para ajudá-lo a se lembrar de coisas, seja em reuniões de trabalho ou consultas médicas;
  • Tente reduzir as distrações.


Alívio de dores musculares ou articulares

  • Exercícios de flexibilidade (como alongamento e ioga) e exercícios de força (como subir escadas, levantar pesos e trabalhar com faixas de resistência) podem ser úteis.
  •  Entretanto, a gravidade dos sintomas pode variar entre os sintomas. Logo, importante que consulte seu médico antes de iniciar um novo regime de exercícios.


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