Você sabia que a bronquite pode acometer adultos e se tornar crônica?

Clínica CDRA • 1 de fevereiro de 2022

A bronquiolite é uma inflamação que acontece nos brônquios menores que 2 milímetros de diâmetro. Essa condição é muito conhecida pelos papais e mamães, dado que frequentemente acomete bebês de até 2 anos. 


Entretanto, a bronquiolite é uma doença que pode acometer qualquer faixa etária, e em alguns casos, pode se tornar crônica e não apresentar cura.


Assim como na bronquiolite infantil, o adulto pode ter uma bronquiolite infecciosa, que é causada por vírus, no entanto, essa é uma condição relativamente rara. 


Normalmente, acomete idosos e causa uma chiadeira em pessoas que nunca tiveram asma ou bronquite. Em geral esses quadros são causados pelo
vírus da influenza ou pelo vírus sincicial respiratório e se resolvem espontaneamente.


Já a
bronquiolite crônica é uma doença à parte, que causa sibilância crônica e pode ter várias causas diferentes, como doenças auto-imunes, injúrias causadas por fatores inalatórios, rejeição a transplante, sequelas de infecções passadas ou outras condições mais raras. Muitas vezes é erroneamente diagnosticada como asma ou bronquite devido a sua semelhança clínica.


Quadro clínico


Geralmente, os pacientes com bronquiolite crônica apresentam:


  • Tosse
  • Falta de ar
  • Chiadeira ou sibilância
  • Infecções respiratórias de repetição


Tais sintomas tendem a ocorrer na idade adulta, em pessoas sem história prévia de asma ou bronquite. 


Algumas doenças estão associadas à bronquiolite crônica, como
artrite reumatoide, síndrome de Sjögren, transplante de medula óssea e distúrbios de deglutição.


Investigação diagnóstica


Em geral o exame físico é alterado, com ausculta de sibilos, além de poder haver queda na oxigenação.


Os principais exames complementares incluem a
tomografia computadorizada e a prova de função pulmonar. Para investigação da causa da doença é importante uma bateria de exames que avalia doenças auto-imunes, deficiência de imunidade ou comorbidades.


A prova de função pulmonar normalmente mostra a presença de um
distúrbio ventilatório obstrutivo, semelhante ao observado em casos de enfisema, bronquite e asma, e, geralmente, não se observa resposta ao broncodilatador.


A
tomografia é o principal exame na suspeita diagnóstica, que pode mostrar diferentes padrões de imagem.


Tratamento


Importante mesmo é tratar a condição responsável pela bronquiolite, por isso é muito importante a investigação do culpado pela doença.


O
tratamento sintomático é baseado na broncodilatação e em terapias imunomoduladoras, que reduzem a inflamação nos bronquíolos e evitam infecções respiratórias de repetição. 


Os principais grupos de medicamentos são:


  • Beta-agonistas: formoterol, salbutamol, salmeterol, vilanterol, olodaterol, entre outros;
  • Corticóides inalatórios: fluticasona, budesonida, mometasona, ciclesonida, beclometasona;
  • Anti-muscarínicos: tiotrópio, umeclidínio, glicopirrônio;
  • Antibióticos macrolídeos: azitromicina e claritromicina.


Em alguns casos, também podem ser usados corticoides por via oral e antileucotrienos (montelucaste).


Considerações finais


De maneira geral, a bronquiolite crônica é uma doença pouco conhecida, muitas vezes confundida com asma, bronquite ou enfisema. 


Desta forma, é muito importante a avaliação cuidadosa e pormenorizada de quadros semelhantes a esses, especialmente se o início foi recente ou não ocorre em pessoas com história de tabagismo. 


Sempre sugerimos uma avaliação por um
pneumologista quando a suspeita é uma dessas doenças.


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