Lesões Pulmonares secundárias a Radioterapia

A radioterapia é uma modalidade terapêutica amplamente utilizada no tratamento de diversos tipos de câncer, incluindo tumores no pulmão, mama, cabeça e pescoço, entre outros. Embora seja uma técnica eficaz na destruição de células tumorais, a radioterapia também pode causar efeitos adversos nos tecidos saudáveis ao redor da área irradiada, especialmente no pulmão. Esses efeitos podem se manifestar tanto de forma aguda quanto crônica, sendo as lesões pulmonares uma complicação importante a ser monitorada durante e após o tratamento.

As lesões pulmonares agudas relacionadas à radioterapia ocorrem geralmente durante o tratamento ou nas semanas seguintes. Elas podem se manifestar como uma inflamação nos pulmões, conhecida como pneumonite, que é caracterizada por tosse, falta de ar, febre e desconforto torácico. Esses sintomas resultam da resposta inflamatória do tecido pulmonar à radiação, que causa danos nas células do pulmão e altera a função respiratória. A pneumonite pode ser tratada com corticoides, que ajudam a reduzir a inflamação, mas, em alguns casos, pode levar à falência pulmonar se não for adequadamente controlada.

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Por outro lado, a fibrose pulmonar  é uma complicação crônica que ocorre após a exposição prolongada à radiação. Ela é caracterizada pela formação de tecido cicatricial no pulmão, que prejudica a elasticidade do órgão e compromete sua função respiratória. A fibrose pulmonar pode se desenvolver meses ou até anos após o término do tratamento radioterápico e é uma das complicações mais graves da radioterapia no pulmão. Os sintomas incluem dificuldade para respirar, tosse persistente e redução da capacidade de oxigenação do sangue. O tratamento para fibrose pulmonar é desafiador, pois não há uma cura definitiva para a condição. Em alguns casos, medicamentos antifibróticos podem ser utilizados para tentar reduzir a progressão da doença, mas o manejo envolve principalmente o controle dos sintomas e a melhoria da qualidade de vida do paciente.

A fibrose pulmonar induzida por radiação geralmente ocorre em áreas dos pulmões que receberam doses altas de radiação, e sua gravidade depende de diversos fatores, como a dose total administrada, o volume de pulmão irradiado e a predisposição individual do paciente. Em alguns casos, os danos pulmonares podem ser minimizados com a utilização de técnicas de radioterapia mais avançadas, como a radioterapia estereotáxica,, que permitem uma distribuição mais precisa da radiação, reduzindo a exposição dos pulmões a doses elevadas.

Conclusão

Em resumo, a radioterapia, embora seja um tratamento eficaz para o câncer, pode causar lesões pulmonares tanto agudas quanto crônicas. A pneumonite é uma complicação aguda que ocorre logo após o tratamento, enquanto a fibrose pulmonar é uma condição crônica que se desenvolve com o tempo e pode prejudicar gravemente a função pulmonar. O manejo dessas complicações exige acompanhamento médico rigoroso e uma abordagem multidisciplinar para minimizar os impactos na saúde do paciente e garantir a melhor qualidade de vida possível após o tratamento.

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Responsável Técnico:

Dra. Carolina Salim G. Freitas

CRM 131517